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Adeus, Qinni


Lá se foi uma grande e jovem artista dessa nossa geração, mas que nos deixa um aprendizado de vida que ainda me deixa “coisada”.


Redesenho que fiz para homenagear a @qinniart


A Qinni faleceu neste último dia 10 de fevereiroe, apesar de muito jovem, deixa um legado e um círculo de fãs enorme. Ela tinha uma expressão no traço e uma leveza que é difícil de se conseguir. Mas, hoje eu não quero falar em quem foi Qinni ou o que ela fez. Neste post eu quero compartilhar com você a opinião de uma artista chamada Aline Hirata e como seu ponto de vista sobre o falecimento da Qinni mexeu tanto comigo.

O que estamos fazendo nesta vida?


Eu acordei no dia 11/02, peguei meu celular e fui ao banheiro como em todas as manhãs. Abri o Face e logo já recebi a notícia. Mal deu para digerir o que tinha acontecido e a Aline manda um post lacrador sobre o assunto. E me caiu com tanto bom senso que até agora eu estou pensando: e se eu for sem fazer o que eu quero?


Essa pergunta pode parecer ingênua, infantil ou daquelas que o vento logo leva. Mas quando você tem alguém que, mesmo não sendo próxima, se assemelha com você de alguma forma... A empatia grita.


Eu passei um mês fora das redes sociais em um hiato que foi muito desconfortável, por assim dizer. Acabei de voltar da ccxp 2019 exausta, tanto física quanto emocionante. a ccxp foi maravilhosa! Mas como nada é perfeito, após o evento eu me vi completamente enjoada do meu traço. Queria mudar. Tudo. Nem seria. Primeira vez que eu mudaria radicalmente o meu traço, mas eu estava muito chateada com uma coisa que nem sei direito explicar.


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Desenho de 2015, quando meu traço era bem mais creepy


Muitas e muitas vezes eu pensei em desistir de desenhar. Eu digo que comecei mesmo a desenhar lá pelos 15, 16 anos. E hoje estou na beira dos 32 e ainda continuo. E para quê?

Desenhar é uma das poucas coisas na minha vida que me faz verdadeiramente feliz. Mas ao mesmo tempo que é feliz, é sofrido. Será que nunca vou evoluir? Será que vou ter um dia o meu desenho animado? Será que as pessoas gostam mesmo do que eu tô fazendo? Não é coisa de criança? São todos pesadelos que me permeiam internamente e que muitas vezes me fazem querer largar tudo. O desenho é tão precioso para mim, que nunca consegui largar. Às vezes faço uns hiatos, difíceis de voltar.


Neste hiato as coisas foram diferentes. Uma artista morreu. Morreu, cara. E foi sofrido para caraca. E se eu morrer pá pou assim, no meio de um hiato, no meio de uma confusão mental e de dúvidas idiotas sobre aquilo que mais me faz feliz na vida? Ah não.


E foi aí que a Aline geniosamente entra: até quando vamos continuar adiando o que a gente quer fazer?

Não largue tudo e vá viver de ar


Não, ninguém disse que é para largar tudo e ver no que vai dar. Mas a questão é justo ter coragem para quebrar os tabus sobre fazer o que se quer. Não dá para passar a vida inteira amando ou querendo fazer algo, mas acreditando que vai morrer de fome por causa disso, ou por que é coisa de ~viado~, ou por que vai ser pobre e ir morar embaixo da ponte. Não vai. Tá? Só se você permitir.


Aí, quando a Qinni morre outras coisas morrem junto: medos, falta de confiança, baixa autoestima (talvez essa nem tanto)... Quando uma artista tão incrível é obrigada a parar por causas maiores não tem motivo para eu continuar parada. Eu ainda tenho saúde e recurso para continuar.


Então, vamo que vamo meu povo.



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